Ainda sobre o réveillion

Foto by Larissa

A gente foi passar a noite da virada na praia. Jericoacoara, uma das mais badaladas daqui do Ceará por sinal. Saímos na tarde do dia 31 num grupo que incluiu meus pais, irmãos, cunhados, amigos, cachorros e eu. E começando pela viagem até lá, tudo foi uma farra só! rs

Chegamos em Jeri por volta das 4h:30min, o horário ideal para vermos o pôr do sol da tão falada duna. Por motivos óbvios - a subida até o alto é bem demorada e só pode ser feita a pé - inicialmente eu não poderia ir. Daí a turma se dividiu e enquanto minha irmã e os amigos dela foram pra lá, o restante do grupo foi direto pra casa.

Acontece que o motivo desse post não existiria se, ao chegarmos na casa, eu tivesse saido do carro. Mas eu também não pude fazer isso. 

Por permanecer fechada por muito tempo, todo o ambiente da casa onde a gente ficaria estava abafado e repleto de poeira. Resultado? Nosso grupo se dividiu novamente e, enquanto meu pai tomou conta da faxina com um amigo, minha mãe resolveu seguir com a gente para a duna do pôr do sol. De carro.

Mas, espera, eu disse anteriormente que pra ir até lá teria que ser a pé, não disse? Pois é, mas eis que uma palavrinha mais mágica que qualquer abracadabra é dita e ploft! Todas as portas se abrem! "- Senhora, é proibido subir a duna de carro." " - Eu sei, moço, é que eu estou com..." "Ah, uma criança especial tudo bem, pode seguir!"

É impossível conter o riso quando escuto uma dessas, gente. É que não bastasse o "especial" soar tão despropositado dentro da concepção que tenho a respeito de mim mesma, algumas pessoas ainda conseguem fazer com que tudo se torne mais engraçado quando resolvem lidar comigo como se eu fosse uma criança... É demais pra minha cabeça! rs

Não que essas expressões me incomodem. Não. Se é verdade que nas poucas vezes em que elas vem acompanhadas de olhares e perguntas indiscretas, elas me tiram do sério, também o é que, geralmente elas só me trazem bons sorrisos e leves vermelhos no rosto. Quem não me conhece não tem como saber nada sobre mim, certo? Então, que me chamem de especial, de criança, tanto faz. Eu sei quem eu sou e isso, pra mim, basta!