Não ditos...

Tem coisas que guardamos só pra gente, né? Pensamentos que preferimos não compartilhar, sentimentos que nem sempre desejamos dar a conhecer... Quem não tem os seus segredos? Eu tenho vários destes. Ou pelo menos penso que tenho. E embora isso seja angustiante às vezes, porque alguns na verdade são sufocados, também me é necessário como uma ação autoprotetora talvez.

Mas, de tudo o que a gente cala, e aqui eu incluo os meus segredos também, basta  o outro estar atento aos pequenos detalhes, que tudo fica mais claro que um dia de sol aqui no Ceará. Basta o outro se dar conta do que nossa boca não fala, mas nossos olhos gritam; basta ele perceber o que nosso silêncio esconde mas nosso corpo revela, seja no vermelho da face, seja no sorriso ou no choro contido. Simples assim...

Racionalmente eu sei que guardar segredo é uma "doce ilusão". Pelo que tenho aprendido nos últimos tempos, e até presenciado em alguns momentos, percebi que nada existe que não seja conhecido, nem mesmo aquilo que a gente guarda nos abismos do coração. E, por mais paradoxal que isso possa ser pra mim, logo pra mim que tanto busco e defendo o direito à (minha, principalmente) privacidade, esse fato me traz uma certa paz de espírito. Vai entender, né?

A verdade é que quando a "coisa aperta", quando não  existem formas de expressar o que se passa dentro da gente, é bom sentir que mais do que pessoas, temos ao nosso lado almas atentas, amigas, que sabem perceber a dor que às vezes se apossa de nós. Familiares e amigos que cuidam e que realmente se importam. Essas pessoas podem até em alguns momentos não terem respondidas as suas perguntas tipo "tá tudo bem?", ou "o que aconteceu?", "o que fizeram com você", mas é importante que saibam que no momento em que pararam para nos enxergar deixaram um pedaço da paz nosso coração.